Ótima obra de Domenico de Masi!!! Nas mais de 300 páginas, ele faz uma enorme reflexão desde os tempos mais antigos sobre toda a evolução do trabalho. Realmente tem muito conhecimento nesse livro. Na quinta parte, a reflexão passa a ser quanto ao trabalho que está chegando, quanto ao posicionamento das empresas na questão de gestão de pessoas e etc…
Os assuntos tratados no livro:
Introdução:
- O lado esquerdo da rua
- A ultrapassagem
- O trabalho é um vício recente
- Quanto trabalho humano há num botão?
- O comunismo perdeu, o capitalismo não venceu
- Beco sem saída
- Três problemas
- A síndrome de Joanesburgo
- Desemprego, trabalho, ócio criativo
- O plano da obra
- Sunnyside of the street
Primeira parte:
- A DIFICULDADE DO TRABALHO
- Oito peças de acusação
- O leão e a gazela
- Como num aquário
- Hora extra
- Companhia na dor
- O tormento do tempo contado
- A pluma e a andorinha
- O inferno do medo
- A degradação burocrática
- Por uma ecologia do trabalho
- Um perigo para a democracia
- Carlitos e a minha amiga
- O cantor e o torneiro
- A dimensão ociosa
- Ambiguidade e redenção
- A empresa eficiente
- Nostalgia da lentidão
- A expulsão da criatividade
- Pessoa e sociedade em primeiro lugar
- A defasagem cultural
- O corte epistemológico
Segunda parte:
- TRABALHO E VIDA NAS COMUNIDADES PRÉ-INDUSTRIAIS
- Ondas longas, ondas curtas
- Oito objetivos, oito percursos
- As ondas longas ficam cada vez mais curtas
- A cidade e a bússola
- As raízes da sociedade industrial
- As máquinas humanas
- Servos e libertos
- Um mundo de coisas ricas de significado
- Metecos e escravos
- Roma: guerra, política e direito
- Homens livres e escravos em Roma e na Itália
- De escravos a servos
- O “gado humano”
- Servos da gleba
- O trabalho dependente
- Escravos por natureza, escravos por culpa
- As vantagens da alforria
- A importância da motivação
- O fervor da invenção
- O moinho d’água
- A “síndrome de Vespasiano”
- A invenção do purgatório: tertium datur
- Um século alegre
- O sino e o relógio
- O monge: otiositas animae est inimica
- O mercador
- Instauratio magna
- Bacon e Descartes
- Idéias novas, miséria antiga
- A industrialização antes da indústria
- A cidade pré-industrial
- A organização artesanal: casa e oficina
Terceira parte:
- TRABALHO E VIDA NA SOCIEDADE INDUSTRIAL
- A razão em primeiro lugar
- Um salto épico
- Uma lufada fresca e luminosa
- O otimismo da razão leiga
- Tolerância e utopia
- Liberalismo e parcelização
- Um monumento à razão
- Tempo de trabalho, tempo de vida
- Prometeu desacorrentado
- Teares e fusos múltiplos
- Resguardar os gênios
- Três testemunhas a favor: Smith, Taylor e Ford
- Três testemunhas contra: Owen, Tocqueville e Marx
- Sob o signo da ruptura
- Orientação para o produto
- Os valores industriais
- A barba e os sapatos
- Metrópoles: chaminés e automóveis
- Da casa que produz à casa que consome
- O industrialismo
- Mudanças radicais no trabalho e na vida
Quarta parte:
- TRABALHO E VIDA NA SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
- Progresso em forma de crise
- As sementes de uma nova sociedade
- A sociedade de massa é o melhor dos mundos possíveis?
- Uma nova visão do mundo
- O obscuro objeto da crise
- Muitos produtos, poucos produtores
- Muitos nomes, muitos pontos de vista
- Serviços e colarinhos brancos
- Desestruturação do espaço e tempo
- Os fatores da mudança
- O progresso técnico-científico
- O chip e o computador
- Novos materiais e outras diabruras
- A biotecnologia
- O laser: potência e versatilidade
- Novas lógicas
- O progresso organizacional
- Dez formas de globalização
- Formas e substâncias da mudança
- Uma nova ordem mundial: novas categorias, nova hierarquia
- Uma nova criatividade: da descoberta à invenção
- Um novo modelo descritivo: da idealização ao uso
- Uma nova ordem mental: necessidades e valores
- Uma nova relação entre empresa e mercado
- Uma nova ordem existencial: homo faber, home ludens
- Uma nova ordem urbana: de metropolis a telepolis
- Antenas e cabos na cidade pós-industrial
- O telepolismo
- O “consumo produtivo”
- Sob o signo da conexão
- O pós-industrialismo
- Mercado e organização do trabalho pós-industrial
Quinta parte:
- O QUE FAZER
- Do universo da precisão à recuperação do aproximado
- Progresso material e qualidade de vida
- A tirania da precisão
- Por que os gregos não desenvolveram a tecnologia?
- A medida como prerrogativa celesta
- A precisão desce à terra
- Reapropriamo-nos do aproximativo
- Trabalhar de modo solidário
- Cavaleiros irados em cavalos serenos
- A organização virtuosa
- A chave mestra da motivação
- A hegemonia da organização fabril
- O negócio autolesivo
- Nylon
- A lição de Druker
- Quatro tipologias organizacionais
- Hibridização das lógicas
- As vantagens do nonprofit
- Trabalhar em qualquer parte
- Velho tráfego, novas tecnologias
- A casinha e a pirâmide
- Que forma tem a Amway?
- Gabor e Pribram
- Conquista da ubiquidade
- Oportunidade da desestruturação
- O sonho de Taylor
- A organização como rito
- O que é teletrabalho
- O que não é teletrabalho
- A posição dos estudiosos
- Inconvenientes temidos
- Efeitos verificados
- Prudência e miopia
- O atraso das redes
- Um deserto estreito
- O espaço como fator produtivo
- O lado morto das organizações
- O poder como incumbência física
- O tabu do erotismo
- A fábrica que respira
- O triunfo do masoquismo
- Trabalho e vida
- Trabalhar menos
- “Sereis oferecidos como escravos e faltará comprador”
- Trinta e três escravos para cada dona de casa
- A obstinação administrativa com a duração do trabalho
- Keynes: trabalhar três horas por dia
- Andret: trabalhar duas horas por dia
- Gorz: estamos todos em excesso
- A síndrome japonesa
- Prosuming e normalização
- Dez teses do desenvolvimento sem trabalho
- Aprender a ficar ocioso
- O deus ocioso
- O ócio dos não ociosos
- Robô e longevidade
- A sabedoria de Tuiavii
- Sete estratagemas do sadomasoquismo laborioso
- As peças de acusação
- A pulga virtuosa Civilizações festeiras
- Cortesia e feiura
- Músculos e tédio
- Absenteísmo do corpo e da mente
- O ócio elevado a arte
- O executivo, o zen e a motocicleta
- Os lugares do ócio
- Ócio e luxo
- Novos tipos sociais
- A cidade do Sol
- Máquinas e organização
- O indiano e o japonês
- Saber viver, saber morrer
- Econômica do ócio
- Liberamos o pobre papalagi
Conclusão:
- A coragem de recomeçar
- Uma mudança óbvia; portanto, difícil
- O que importa são os resultados
- Uma completa revolução mental e material
- A organização que não serve mais
- A organização está morta. Viva a organização
- O desafio da felicidade
- Sísifo vingado
“Quem não vive o espírito do seu tempo, do seu tempo aproveita apenas os males.” Voltaire
Esse livro trata muito bem de um assunto que eu abordei posts passados, que é quanto a velocidade da evolução, ondas de evolução… Vejam uma parte que diz sobre isso:
No curso da história, esses saltos épicos foram raros: o surgimento há milhões de anos, primeiro, do homo habilis, depois, do homo esrectus e, depois ainda, do homo sapiens; o advento da civilização mesopotâmica há cinco mil anos, o da civilização grega há 2.500 anos, a formação da sociedade industrial a partir da metade do século XVIII e, enfim, o aparecimento da sociedade pós-industrial a partir de meados do século XX. Como se vê, a faixa de tempo entre uma etapa e outra é cada vez mais curta: do avento da agricultura ao da indústria decorreram oito mil anos; da sociedade industrial à pós-industrial passaram-se apenas dois séculos.
O tempo sem trabalho ocupa um espaço cada vez mais central na vida humano. É preciso, então, reprojetar a família, a escola, a vida, em função não só do trabalho mas também do tempo livre, de modo que ele não degenere em dissipação e agressividade mas se resolva em convivência pacífica e ócio criativo. É preciso criar uma nova condição existencial em que estudo, trabalho, tempo livre e atividades voluntárias cada vez mais se entrelacem e se potencializem reciprocamente.
Ótima obra pessoal, recomendo!
Domenico de Masi, nasceu em Rotello, Campobasso, Itália, em 1938. É professor titular de Sociologia do Trabalho na Universidade de Roma, “La Sapienza”. Fundou e preside a S3 Studium, escola de especialização em ciências organizacionais e já publicou vários livros, entre os quais A emoção e a regra, em que foi organizador, sucesso editorial lançado também pela José Olympio.
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