UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ, CAMPUS TOLEDO
PABLO LUIS LIPSCH
O MONGE E O EXECUTIVO
– JAMES C. HUNTER.
HUNTER, James C; O Monge e o
Executivo: uma história sobre a essência da liderança. Editora Sextante, Rio de
Janeiro. 2004.
INTRODUÇÃO
Resenha
crítica apresentada como requisito parcial para a avaliação da disciplina de
Gestão Secretarial Executiva do curso de Secretariado Executivo da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Toledo.
Prof. da disciplina: Fabrício Stocker.
RESUMO
James
C. Hunter, autor do livro O Monge e o Executivo, é um profissional da área de
liderança e que além de atuar como consultor de empresas também é instrutor e
palestrante nas áreas de liderança funcional e organização de grupos comunitários.
Em seu livro, Best Seller, citado acima, o autor relata a história de um
personagem fictício de um homem bem-sucedido, gerente-geral de uma grande
indústria, casado e com dois filhos.
John
Daily lidera uma grande indústria de vidros que conta com mais de quinhentos
funcionários e mais de cem milhões de dólares em vendas anuais. Quando foi
promovido ao cargo, ele se tornará o mais jovem gerente-geral da história da
companhia. Apesar da grande autonomia do trabalho e um bom salário acrescido de
bônus, John estava com dificuldades em seu trabalho. Os empregados horistas da
fábrica haviam feito uma campanha para que um sindicato os representasse, o que
gerou muito atrito e desgaste. Além disso, a gerente de recursos humanos
sugeriu solidariamente que Daily examinasse seu estilo de liderança, o que o
irritou profundamente.
John
e sua esposa, Rachel, eram casados há 18 anos e possuem dois filhos, o menino
John Jr e a menina Sara. A família possui vários bens, frutos de sucesso de
John no trabalho: apartamento na cidade, casa bonita à beira lago, barco à
vela, Jet ski e dois carros novos na garagem. E além disso, tiram férias duas
vezes por ano além de possuírem uma boa poupança.
Apesar da família parecer estável e feliz, as coisas não
estavam assim. Rachel estava se sentindo infeliz no casamento, o relacionamento
de John com os filhos não estava bem.
Devido
as dificuldades que John Daily está passando em casa e no trabalho, a pedido de
sua esposa e do pastor da igreja ele vai para um retiro, num mosteiro cristão
chamado João da Cruz, para poder se afastar um tempo de sua rotina e poder
refletir sobre tudo que está passando.
Um
dos frades do mosteiro era Leonard Hoffman, famoso e bem-sucedido empresário
que abandonara os negócios para se tornar monge. Hoffman tem um nome diferente
agora, no mosteiro é conhecido como Simeão, nome que tem acompanhado John por
algumas estranhas coincidências durante sua vida. O famoso empresário ministra
um mini-curso dentro do mosteiro, voltado à liderança.
No
primeiro dia da atividade voltada à liderança, houve as apresentações dos
participantes. Além do John, iriam participar durante a semana mais cinco
pessoas: Lee, o pregador; Greg, um jovem sargento do Exército; Teresa, diretora
de uma escola pública; Chris, treinadora de um time de basketball; e Kim,
enfermeira-chefe de um hospital.
Durante
o tempo dedicado do frade Simeão durante a semana para trabalhar com os
participantes do retiro, eles conversam sobre alguns pontos-chave dentro do
assunto. Com um estilo de evento participativo e sendo liderado pela grande
experiência de Simeão, a trama desenvolve bons debates, grande parte também em
função das diferentes personalidades de líderes que estão participando.
ANÁLISE CRÍTICA
Em um primeiro momento, Simeão leva os participantes a
uma fase de definições. A definição de liderança aparece durante o encontro, Liderança:
é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente
visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum.
Uma
definição que vem ao encontro da visão de John P. Kotter (1992, p. 146):
A
liderança eficaz para qualquer atividade em organizações complexas é o processo
de criar uma visão do futuro que leve em consideração os legítimos interesses a
longo prazo das partes envolvidas nessa atividade, de desenvolver uma
estratégia racional para se mover em direção a essa visão, de conquistar o
apoio dos principais centros de poder cuja cooperação, anuência ou trabalho de
equipe sejam necessários para produzir esse movimento, e de motivar em alto
grau esse grupo central de pessoas cujas ações são fundamentais para implantar
a estratégia.
Mais a frente, uma frase muito importante é lançada: “o
poder corrói os relacionamentos.” E Logo, Simeão inicia um exercício que pede
aos participantes pensarem em alguém que teve influência em suas vidas, e logo
após listar as qualidades de caráter que essa pessoa possuía ou possui.
Comparando as listas e observando o que mais foi anotado, chegaram a essas
qualidades: Honestidade, confiabilidade; Bom exemplo; Cuidado; Compromisso; Bom
ouvinte; Conquistava a confiança das pessoas; Tratava as pessoas com respeito;
Encorajava as pessoas; Atitude positiva e entusiástica e Gostava das pessoas.
Simeão
então coloca: todas as qualidades que vocês listaram são comportamentos. E
comportamento é escolha.
Chegando a conclusão sobre os assuntos debatidos até o
momento de que a chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se
constroem os relacionamentos. Que os líderes verdadeiramente grandes têm essa
capacidade de construir relacionamentos saudáveis.
Em um próximo momento o assunto parte para paradigmas. E
o líder da reunião coloca:
É
importante que desafiemos continuamente os paradigmas a respeito de nós mesmos,
do mundo em torno de nós, de nossas organizações e das outras pessoas.
Lembrem-se de que o mundo exterior entra em nossa consciência através dos
filtros de nossos paradigmas. E nossos paradigmas nem sempre são corretos.
E ainda:
Pensem nos
velhos paradigmas: o mundo é plano; o sol gira em torno da Terra; a salvação
virá se você for uma boa pessoa; as mulheres não podem votar; os negros são
inferiores; as monarquias devem governar as pessoas; cabelos longos e brincos são
somente para mulheres, e assim por diante.
Desafiar continuamente os paradigmas é algo que Idalberto
Chiavenato (1996) também concorda:
O universo
empresarial está despertando para uma nova e significativa jornada. Novos
paradigmas estão surgindo e sepultando velhas práticas que se tornaram
rapidamente obsoletas e ultrapassadas. É que o mundo mudou muito ultimamente. E
está mudando cada vez mais. Por essa razão, fala-se, hoje, muito em mudanças.
Principalmente em mudanças organizacionais que precisam acontecer nas empresas,
para que elas se mantenham ágeis e competitivas. Em um mundo de negócios
carregado de mudanças e transformações contínuas e gradativamente mais velozes,
as empresas precisam rapidamente renovar-se de maneira constante para que
possam se manter atualizadas e competitivas.
No
encontro da terça-feira o assunto parte para modelo de liderança e alguns
grandes nomes são tidos como exemplo, como Gandhi e Martin Luther King. Simeão
ressalta: a autoridade sempre se estabelece ao servir aos outros e
sacrificar-se por eles. O serviço que prestamos tem origem na identificação e
satisfação das necessidades legítimas. O modelo de liderança apresentado por
Simeão foi o seguinte:
O próximo capitulo do livro denominado de “O Verbo” traz
para dentro do debate dos participantes uma comparação entre qualidades de
liderança construídas anteriormente com definições de Amor Agapé:
AUTORIDADE
E LIDERANÇA AMOR
AGAPÉ
Honesto,
confiável Paciência
Bom
modelo Bondade
Cuidadoso
Humildade
Comprometido
Respeito
Bom
ouvinte Generosidade
Mantém
as pessoas responsáveis Perdão
Trata
as pessoas com respeito Honestidade
Incentiva
as pessoas Compromisso
Atitude
positiva, entusiástica
Gosta
das pessoas
E então várias dessas qualidades são focadas, trazendo à
reunião suas definições.
Essa assimilação de liderança e amor é também usada por
Hesselbein no livro O líder do futuro (1996, p.34):
O líder
precisa ter amor pelas pessoas, porque numa comunidade aqueles que causam
sofrimento e aborrecimento podem ser respeitados ou temidos, mas não serão
seguidos de bom grado. Este atributo também requer seu oposto, a capacidade
para a solidão, tendo em vista sua posição de liderança. Nem sempre é possível
compartilhar suas preocupações com mais alguém. Poucos agradecerão ao líder
pelo que der certo, mas muitos o condenarão quando os resultados forem
negativos. Grandes líderes precisam caminhar sozinhos de tempos em tempos.
Também precisam colher sua satisfação a partir dos sucessos dos outros,
dando-lhes o reconhecimento que muitas vezes lhes é negado.
John contribui contando que um curso no qual ele havia
participado ensinou que todos os tipos de estímulos vêm a nós: contas a pagar,
maus chefes, problemas com vizinhos e o que mais houver. O estímulo sempre vem
a nós, mas, como seres humanos, temos a habilidade de escolher nossa resposta.
Ainda no mesmo espírito do assunto, Simeão contribui para o encontro:
Dissemos
que o caminho para a autoridade e a liderança começa com vontade. A vontade são
as escolhas que fazemos para aliar nossas ações às nossas intenções. Estou
querendo dizer que, ao final, todos temos que fazer escolhas a respeito de
nosso comportamento e aceitar a responsabilidade por essas escolhas.
Escolheremos ser pacientes ou impacientes? Bons ou maus? Ouvintes ativos ou
meramente silenciosos, esperando nossa oportunidade de falar? Humildes ou
arrogantes? Respeitadores ou rudes? Generosos ou egoístas? Capazes de perdoar
ou ressentidos? Honestos ou desonestos? Comprometidos ou apenas envolvidos?
Em
um dos últimos momentos da última reunião sobre liderança, Simeão acrescentou:
Uma das
coisas que aprendi na vida foi que as declarações de missão das organizações são
boas e acho até que servem a um propósito positivo. Mas nunca devemos esquecer
que as pessoas aderem ao líder antes de aderirem a uma declaração de missão. Se
aderirem ao líder, elas irão aderir a qualquer declaração de missão que o líder
tiver.
Antes de se despedirem, os seis participantes do evento
almoçaram juntos. O momento foi de muita alegria, abraços e até choros, devido
ao quão produtiva e significante o evento foi para a vida de cada um.
Logo que Rachel apareceu para buscar John, a mesma já
percebeu um abraço que à tempos não recebia, e John termina dizendo que seria
apenas um passo em uma nova jornada.
CONCLUSÃO
Um
livro com um dinâmica muito boa, de fácil compreensão e que carrega todo
brilhantismo de Hunter ao construir uma história tão envolvente que apresenta
ao leitor realmente a essência de liderança e descreve de forma clara as
qualidades necessárias de um bom líder. Também salienta o compromisso que o
líder deve assumir e lembra que a mudança é uma opção.
Excelente
leitura, o livro alcança o que tema proposto.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CHIAVENATO, Idalberto. Os
novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 1996.
HESSELBEIN, F., GOLDSMITH, M. e BECKHARD, R. O Líder do Futuro:
visões, estratégias e práticas para uma nova era. Organização de Peter F.
Drucker Foundation; tradução de Cynthia Azevedo. São Paulo, Futura, 1996.
HUNTER, James C; O Monge e o
Executivo: uma história sobre a essência da liderança. Editora Sextante, Rio de
Janeiro. 2004.
KOTTER, John P. O
fator liderança. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1992.
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