O
Elemento-Chave, Ken Robinson
O
elemento-chave
Meu
objetivo com este livro é iluminar seus pensamentos para que você possa ver com
clareza certos conceitos que talvez já tenha percebido intuitivamente. Pretendo
inspirá-lo a encontrar seu Elemento e ajudar outras pessoas nessa tarefa. Este
não é um livro de autoajuda e nele não há exercícios ou questionários. Minha
esperança é que você descubra uma nova maneira de encarar o seu potencial e o
potencial daqueles que o cercam.
Pense
diferente
Quantos sentidos temos?
Cinco: tato, paladar,
olfato, visão e audição
Sexto: equilíbrio
Os fisiologistas em geral
concordam que, além dos sentidos que conhecemos, existem outros quatro. O
primeiro é o sentido de temperatura (termocepção), que é diferente do tato.
O segundo é o da dor
(nocicepção), atualmente aceita pelos cientistas como uma sensação independente
do toque e da temperatura. Um outro sentido é o vestibular (equilibriocepção),
onde se incluem o equilíbrio e aceleração. E há ainda o sentido sinestésico
(propriocepção), que nos dá a compreensão do espaço ocupado por nossos membros
do corpo, e de como se dá a relação entre eles. Trata-se de uma percepção
essencial para o indivíduo levantar, andar e voltar para onde estava.
Todos esses sentidos contribuem para nossa sensação de
estar no mundo e para nossa capacidade de funcionarmos dentro dele.
Na biografia de Einstein,
Walter Isaacson diz:
Quando era um jovem
estudante, ele nunca teve facilidade para aprender por memorização. Mais tarde,
como teórico, conquistou o sucesso não pela força bruta de seu poder de
processamento mental, mas pelo valor de sua imaginação e criatividade. Era
capaz de construir equações extremamente complexas, mas, mais importante, sabia
que a matemática é a linguagem que a natureza utiliza para descrever suas
maravilhas.
Quando
se defrontava com um problema no seu trabalho, Einstein recorria ao violino
para ajudá-lo. Um amigo contou a Isaacson:
Ele costumava tocar
violino na cozinha até tarde da noite, improvisando melodias enquanto pensava
sobre problemas complicados. Então, de repente, no meio da música, anunciava
entusiasmado: “Sim, é isso!” A resposta ao problema vinha por inspiração
enquanto tocava.
O que Einstein parecia compreender muito bem é que a
criatividade e o crescimento intelectual surgem quando abraçamos a natureza dinâmica
da inteligência. O crescimento vem pela analogia, pela capacidade de perceber
como as coisas estão interligadas, e não como são diferentes. As histórias de
epifania contadas neste livro indicam que muitos dos momentos em que
subitamente todas as coisas se tornam claras ocorrem quando o indivíduo enxerga
novas conexões entre eventos, ideias e circunstâncias.
O terceiro aspecto da inteligência é que ela é
inteiramente particular. A inteligência de uma pessoa é tão única quanto uma
impressão digital. Pode haver sete, dez ou centenas de formas diferentes de
inteligência, mas cada um de nós as utiliza numa fórmula peculiar. Meu perfil
de aptidões tem uma combinação de inteligências dominantes e latentes bem
diferente do seu. Irmãos gêmeos usam suas inteligências de maneiras diferentes
e, obviamente, o mesmo acontece com pessoas que estão em cantos opostos do
planeta.
Tudo isso retoma a pergunta que fiz anteriormente. De que
maneira você é inteligente? Saber que a inteligência é diversa, dinâmica e
pessoal lhe permite formular essa pergunta de uma maneira diferente e isso é um
dos componentes centrais do Elemento. Quando você destrói suas noções
preconcebidas sobre a inteligência, pode começar a vê-la sob novas formas.
Ninguém pode ser representado por uma única pontuação intelectual numa escala
linear, da mesma forma que duas pessoas com a mesma pontuação não serão capazes
de fazer as mesmas coisas, não terão as mesmas paixões nem as mesmas
realizações na vida. O novo paradigma do Elemento é a possibilidade de você se
permitir acesso a todas as maneiras de vivenciar o mundo e descobrir onde estão
suas verdadeiras forças.
Apenas não as considere como certas e naturais.
Além
da imaginação
Está tudo na sua imaginação
O poder da criatividade:
Imaginação não é o mesmo que criatividade. A criatividade leva a mecânica da
imaginação a outros níveis.
Abrindo a mente
O pensamento criativo é muito mais abrangente do que os
tipos de pensamento lógico e linear que dominam a visão ocidental sobre
inteligência, e, principalmente, sobre a educação. Sabemos que os lobos
frontais do cérebro são responsáveis pelos pensamentos de maior complexidade. O
hemisfério esquerdo é a área mais envolvida no pensamento lógico e analítico.
Entretanto, o pensamento criativo envolve muitas outras áreas do cérebro, e não
apenas pequenas porções na região frontal e no lado esquerdo.
Ser criativo é fazer novas conexões cerebrais para
podermos enxergar as coisas de novas formas e por diferentes perspectivas. No
pensamento lógico vamos de uma ideia a outra por meio de uma série de regras e
convenções. Aceitamos alguns movimentos lógicos e rejeitamos os que são
ilógicos. Por exemplo, se A + B = C, podemos calcular o valor de C + B. Os
testes convencionais de QI avaliam esse tipo de pensamento. No entanto, as
regras do pensamento lógico ou linear nem sempre servem para orientar o
pensamento criativo. Pelo contrário.
As ideias criativas costumam surgir de maneira não
linear, pela compreensão de conexões e similaridades que não haviam sido notadas
anteriormente. O pensamento criativo depende muito do que às vezes é chamado de
pensamento divergente ou lateral, que nada mais é do que a capacidade de pensar
em metáforas ou ver analogias.
No século XIX, William James se tornou um dos pensadores
que moldaram a psicologia moderna. Nessa época, crescia a compreensão de que
nossas ideias e modos de pensar podiam nos aprisionar ou libertar. Ele disse:
A maior descoberta
da minha geração é que os seres humanos podem modificar suas vidas modificando
sua atitude mental... Se você pode mudar sua mente, pode mudar sua vida.
Esse é o real poder da criatividade e aquilo que a busca
de seu próprio Elemento-chave verdadeiramente se propõe.
Na
Zona
Será que já estamos lá?
Um dos sinais mais fortes de que se está na zona é uma
sensação de liberdade e autenticidade. Quando fazemos o que amamos e somos
naturalmente bons nisso, é muito fácil nos sentirmos centrados em nosso
verdadeiro eu, de sermos quem somos de verdade.
Sendo você mesmo
Recusando rótulos
Isso significa olhar nossos filhos e entes queridos nos
olhos e, em vez de lhes apresentarmos um molde do que deverão ser, precisamos
tentar compreender quem realmente são. Foi isso que o psicólogo fez com Gillian
Lynne, e que os pais de Mick Fleetwood e de Ewa Laurance fizeram com eles. Se
as crianças e jovens forem deixados sozinhos com seus talentos e aptidões, para
o que eles serão atraídos? Que tipos de atividade eles tendem a procurar
voluntariamente? Que tipo de habilidade eles demonstram ter? O que os absorve
mais? Quais são as perguntas que fazem e quais são suas metas?
Encontre
sua tribo
Um lugar para se descobrir
Os integrantes de uma tribo podem ser colaboradores ou
competidores entre si, podem ter a mesma visão ou visões totalmente diversas.
Também podem ser da mesma idade ou pertencer a gerações diferentes. O que une
as pessoas de uma tribo é o compromisso comum com a atividade que sentem que
nasceram para fazer. Isso pode ser libertador, sobretudo se você esteve
buscando a sua paixão sozinho.
Quando as tribos se reúnem no mesmo lugar, as
oportunidades para inspiração mútua podem se tornar muito intensas. Em todos os
domínios houve poderosos agrupamentos de pessoas que impulsionaram a inovação
por meio da influência que tinham uns sobre os outros e do ímpeto que criaram
como um grupo.
O
que eles vão pensar?
Encontrar o Elemento-chave pode ser difícil sob vários
aspectos e nós já vimos alguns deles. Às vezes, o obstáculo vem de dentro, de
uma falta de confiança ou medo do futuro. Em outras, a principal barreira está
na imagem e nas expectativas que pessoas mais próximas têm sobre você. Em
outras ainda, o obstáculo não são pessoas que você conhece, mas a cultura geral
na qual você está inserido.
Penso nas barreiras que dificultam a descoberta do
Elemento-chave como três círculos concêntricos de controle: o pessoal, o social
e o cultural.
Você
acha que é uma pessoa de sorte?
O elemento-chave também é uma questão de atitude.
Alguém
me ajude!
É
tarde demais?
Por
amor ou por dinheiro
Atingindo
a nota máxima
Obrigado, por sua resenha, sabiamente acrescida por suas explicações.
ResponderExcluirAbraços